Organon |
Organon (do grego, ὄργανον) é o nome tradicionalmente dado ao conjunto das obras sobre
O Órganon abre o
O próprio Aristóteles não designou que esses livros formassem um conjunto, muito menos deu um título único que os englobasse, mas essa tradição tem suas bases na antiguidade. Justamente por ocupar a primeira posição na leitura das obras de Aristóteles, o conjunto recebeu mais atenção que todo o resto das suas obras, sendo proporcionalmente mais reproduzida e comentada que as demais.
Atualmente, as seguintes obras de Aristóteles compõem o Órganon, nesta ordem. Vai ao lado a ideia que normalmente se tem da obra:
Essa composição, porém, não é unânime. Muitos antigos e medievais, principalmente siríacos e árabes, incluíam nesse conjunto também a
Em todo caso, porém, os estudiosos hoje se referem a somente as seis obras acima quando falam sem especificar de Órganon.
Os títulos das obras que compõem o conjunto também podem ser discutidos, pois os Analíticos anteriores e os Analíticos posteriores são citados por Aristóteles como uma única obra, cujo nome seria “Analíticos” simplesmente[2] e os Elencos sofísticos são considerados um nono livro dos Tópicos.[3] A rigor, então, seriam quatro obras. Entretanto, vem desde a Antiguidade e ainda hoje é seguida a tradição de dividir em dois Analíticos[4] e de separar os Elencos sofísticos dos Tópicos.[5]
Existem outras formas de ordenar internamente as obras. Começar as edições do Organon (e de todo o Corpus Aristotélico) pelas Categorias é quase uma unanimidade. Existe, contudo, a seguinte ordem, presente no catálogo de um certo Ptolomeu[6]: 1º: Cat., 2º: De Int., 3º: Tóp., 4º: An.Ant., 5º: An.Pos. e 6º: El.Sof. E é possível também pensar numa ordem em que as Categorias estejam imediatamente antes dos Tópicos, fazendo jus a um dos seus antigos títulos (algo como “Pré-Tópicos”). Não há, em todo o caso, um critério cronológico ao assim ordenar o Órganon.[7]
Sabe-se que não antes dos neoplatônicos, no século IV, a ordem acima foi estabelecida[8] e o critério deles de ordenação segue uma preocupação pedagógica, segundo o seguinte pensamento: a demonstração é o assunto principal da lógica; portanto, antes de chegarmos a ela, devemos estudar seus elementos, a saber, os termos, as proposições e o silogismo em geral; cada um desses assuntos é tema de uma obra, a saber, das Categorias, o Da Interpretação e os Analíticos Anteriores, respectivamente. E é óbvio que se deve começar do mais elementar até chegar à demonstração; por isso, a ordem Cat., Int., AAn e APo. Em seguida, deve-se estudar algumas coisas que, de alguma forma, nos ajudam a evitar o que não é demonstração, pois são coisas que podem se parecer com demonstração, sem o ser verdadeiramente; daí o estudo da dialética e da sofística em Tópicos e Elencos Sofísticos".[9]